Governo concilia teto de gastos com plano para retomar economia

A conciliação de investimentos públicos almejados pelo governo com a regra do teto de gastos está em estudo no que vem sendo tratado como o Plano Marshall para a economia, destinado a reerguer o país passada a fase mais aguda da crise com o coronavírus.

“(Isso) será definido ao longo do tempo”, informou uma fonte com conhecimento direto do assunto nesta quarta-feira.

Em condição de anonimato a fonte pontuou que as obras de infraestrutura prioritárias estão sendo estudadas dentro de um plano de ação que ainda está em formatação.

Mais cedo nesta quarta-feira, o presidente Jair Bolsonaro se reuniu com o alto escalão da Esplanada dos Ministérios, na companhia do vice-presidente Hamilton Mourão, e com os presidentes do Banco Central e de bancos públicos.

Boa parte dos integrantes do encontro integra o Comitê de Crise para Supervisão e Monitoramento dos Impactos da Covid-19, que foi criado em meados de março e é coordenado pelo ministro da Casa Civil, general Braga Netto.

Na semana passada, inclusive, Braga Netto assinou uma resolução criando um grupo de trabalho para colocar de pé “ações estruturantes e estratégicas para recuperação, crescimento e desenvolvimento do país”, no âmbito do comitê.

Entre as tarefas do grupo, está a definição de medidas na área de infraestrutura com obras públicas de responsabilidade da União e parcerias com o setor privado.

Na segunda-feira o ministro de Infraestrutura, Tarcísio de Freitas, já havia pontuado, ao ser questionado sobre de onde o governo tiraria recursos para manter obras de infraestrutura em andamento, que “não há outro caminho que não seja trazer recursos para o Orçamento e isso tem que ser feito via endividamento”.
Embora o ministro da Economia, Paulo Guedes, tenha participado da reunião nesta manhã, as discussões estão sendo lideradas por Braga Netto, informou uma segunda fonte à Reuters.

A equipe econômica é refratária à mensagem de uso de recursos públicos para alavancar a economia e tem defendido que isso deve ocorrer através da atração de investimentos privados a partir da realização de reformas.

(Texto: Reuters)

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