Artistas do Colegiado Setorial de Teatro do MS pedem ajuda

Prejudicado fortemente a arte da apresentação e performance, o teatro local – assim como os demais movimentos que amparam seus componentes – movimenta-se também entre si e coloca-se a ajudar os artistas durante essa pandemia. Uma das atrizes, diretora, ministrante de curso de teatro, preparadora de palco para cantores e produtora mais reconhecida no meio, Beth Terras conta como estão os efeitos da pandemia no ramo pessoal e artístico.

Sobre o que esperava para esse ano ressalta que tinha: “muitos planos, ja que a escola passou a ser profissionalizante e o crescimento dela seria muito bom, pois com turmas diferenciadas de iniciantes e avançado, além do curso infantil, tudo seria diferente”.

“Tinha ido pro Rio de Janeiro fazer e ministrar um curso de teatro e quando cheguei lá, no dia seguinte, explodiu a pandemia e tudo parou, fiquei 10 dias lá confinada no apartamento e nem passagem de volta conseguia, pois os voos foram cancelados. Voltei 3 dias depois”, explica Beth Terras sobre como foram os primeiros momentos frente a pandemia da COVID-19.

Com os planos e espetáculos cancelados, sem ter como pagar o aluguel, com mais a dona da escola para lhe cobrar, Beth conta que sua vida, assim como a de muitos virou um caos. “Não posso e não vou voltar às aulas na escola, pois seria um risco muito grande a todos”, faz questão de destacar. “Lá na escola ainda tenho o EAD do aluno, mas não posso exigir que eles paguem”, diz ainda.

“Tive ajuda de uma cesta básica do Eduardo Romero, quando cheguei do Rio, pois nem comida eu tinha. O momento atual pra mim é de puro pânico total, não sabemos ao certo o que fazer além de ficar em casa, mas assim mesmo corremos riscos, eu que já tenho 60 anos me sinto num beco. Os meus dias de confinamento tenho procurado trabalhar no computador, mas também fiquei dias sem pois não tive dinheiro pra pagar a conta e cortaram, quando consegui emprestado a empresa me deu castigo de mais 3 dias para devolver o sinal”, conta ainda Beth Terras.

Com o movimento do Colegiado Setorial de Teatro de Campo Grande, arrecadando material de higiene pessoal, alimentos, cesta básica, compra de medicamentos e valores por transferência bancária, o apoio vindo das mãos dos colegas é um alívio nesse momento. “Hoje encaro tudo com muito medo ainda, pois nem comida e dinheiro tinha, os amigos estão me ajudando. Não sei quando e se vai passar tão rápido, sei que hoje ela está causando um prejuízo enorme a todos, isso ainda infelizmente vai durar muito”.

“Vejo os trabalhadores da Cultura, como eu, que sobrevivem de seus trabalhos, serem prejudicados e muitos sendo ajudados com alimentos pelos próprios fazedores, estamos em campanha de arrecadação de alimento e dinheiro para nos ajudarmos, temos um ‘whats’ de todos os artistas e grupos da capital e ali estamos nos mobilizando, ja que a ajuda do governo, município, etc é bem difícil de conseguirmos”, comenta ainda Beth.

Finalizando, em reflexão sobre os efeitos no ser humano, do isolamento social e luta contra um vírus mortal, Beth diz: “eu vejo as pessoas hoje em dia sendo mais solidárias, mais preocupada com o próximo, tem males que vem pra bem, mas também vejo que muitas surtarão, pois esse isolamento social nos faz ficar muito só, penso em quem não tem o recurso nem de internet e nem visita podem receber. Vai enlouquecer muitas pessoas. Mas temos que ser gratos e tentarmos ser felizes, afinal AINDA estamos vivos”.

COMO AJUDAR:

Doação de alimentos e materiais de higiene pessoal
Segunda e quarta das 14:30 às 16:30:

Urgente Cia.
Rua Dr. Temístocles, 64, Esplanada Ferroviária, Centro.

Contato Beth Terras: (67) 99103-1580

(Texto: Leo Ribeiro/Publicação no site de Ana Beatriz)

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