Barros sugere corte de 30% no salário de todos servidores públicos

Deputado federal do Paraná quer inclusive que os rendimentos de políticos tenha o desconto

Considerado nos bastidores da capital federal um ‘consultor’ do Presidente da República, amigo, e visto por ele como um dos políticos mais preparados do Brasil, Ricardo Barros tem outra sugestão de ação afirmativa do país, frente a pandemia do novo coronavírus. O parlamentar, que foi um dos que já tinha conversado com Bolsonaro – e membros do núcleo duro do Planalto – quanto a formatação da MP 936/20, quer também cortes de 30% no holerite do funcionalismo público.

Dentre as recomendações do deputado paranaense estava a suspensão dos contratos de trabalho com o pagamento do seguro-desemprego, conforme relatou nessa semana a coluna eletrônica ‘Contraponto’. O parlamentar do PP, no entanto, não teria aconselhado o governo apenas a essa situação, de acordo apuração feita pelo jornalista Rodrigo Duarte, citada em seu blog, ‘A Política Paraná’. Atento ao quadro político, social e econômico do país, e a influência da covid-19 nisso, Barros também deseja que o próprio salário, e de demais deputados e senadores seja reduzido nesse ano, assim como de juízes, promotores, defensores públicos e qualquer outro funcionário público.

“Todo servidor público deve contribuir com uma redução salarial, de 20% a 30% do salário. Porque a arrecadação dos Estados, Municípios e da União vai cair em função da paralisação econômica”, pondera o deputado, que pede a medida afetando os três Poderes da União.

“É o momento em que todo brasileiro terá que dar sua cota de contribuição para que os mais carentes, os mais humildes, possam ser socorridos pelo estado brasileiro”, citou ainda Barros em discurso na Câmara dos Deputados.

E a defesa do parlamentar do Paraná, quanto a esse caminho, coincidentemente alinha-se a uma PEC (Proposta de Emenda Constitucional), que está sendo elaborada pela equipe técnica de Paulo Guedes. Segundo informações preliminares da peça, que ainda está no acerto dos últimos detalhes no Ministério da Economia, o desconto atingiria vencimentos, gratificações, subsídios, e também parcelas remuneratórias de caráter permanente. Só não sendo válido para quem receba até três salários-mínimos (hoje, o equivalente a R$ 3.135).

Deputado Federal no sexto mandato na Câmara dos Deputados, Ricardo Barros foi recentemente ministro da Saúde, conseguindo no cargo a economia para a pasta de R$ 4,97 bilhões, apenas com a revisão de contratos e otimização de processos operacionais. Isso, em uma passagem que durou menos de dois anos, até se licenciar para concorrer à reeleição e obter 80 mil votos. Engenheiro de formação, é também autor do livro ‘De Olho no dinheiro do Brasil – Orçamento da União’ e, aos 29 anos, iniciou a carreira na vida pública como prefeito mais jovem da história de Maringá. Hoje está com 60 anos.

(Texto: Danilo Galvão)

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