Áñez pede renúncia de ministros após anunciar candidatura

A presidente interina da Bolívia, Jeanine Áñez solicitou a renúncia de todos os ministros de seu gabinete “para encarar a nova etapa da gestão de transição democrática”, conforme anunciado em um comunicado oficial pela Secretaria da Presidência.

A presidente interina defendeu que é habitual que ocorram ajustes na equipe de trabalho do órgão executivo, às vésperas da inscrição dos candidatos.

O pedido de Áñez vem apenas dois dias após ela confirmar a sua candidatura à presidência da República nas eleições do próximo dia 3 de maio. Inicialmente, Áñez havia garantido que seu governo seria apenas “interino” e duraria até a realização do próximo pleito.

O ex-presidente e principal opositor de Evo Morales nas eleições anuladas do ano passado, Carlos Mesa, escreveu um artigo em que afirma que a candidatura de Áñez “não faz mais do que reforçar as afirmações do ex-presidente fugido e do coro que lhe faz eco, de que na Bolívia, sim, houve um golpe de Estado”.

Mesa disse ainda que quando Áñez “decide deixar de lado sua principal responsabilidade, abandona a neutralidade e deslegitima a única razão pela qual ela ocupa o cargo que assumiu há mais de dois meses”.

A Procuradoria Geral da República da Bolívia afirmou que a candidatura de Áñez, e o exercício simultâneo do cargo, são compatíveis com a supremacia constitucional, a soberania popular e o sistema democrático de direito na Bolívia. Ainda de acordo com a Procuradoria, os concorrentes não têm a obrigação de renunciar ao cargo, podem permanecer nele e exercer plenamente todas as suas prerrogativas e poderes.

(Texto: Izabela Cavalcanti com informações da Agência Brasil)

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