A jogadora Bruna Benites retorna aos trabalhos nesta segunda-feira (13), quando se reapresenta junto ao Inter-RS. No elenco das Gurias Coloradas, a zagueira nascida em Mato Grosso e revelada no Comercial de Campo Grande, onde mora seus familiares mais próximos, se prepara para mais uma temporada.

Bruna falou à reportagem em entrevista por meio de mensagens via internet ontem (10). Direto de Porto Alegre depois de passar o Natal e o Ano Novo na capital sul-mato-grossense, a atleta falou entre outros assuntos, que acredita na consolidação do futebol feminino em nível nacional. ”É um caminho sem volta. A gente vê que houve uma grande evolução de alguns anos para cá. Óbvio que o ano passado foi de muita evidência principalmente por causa da Copa do Mundo que foi transmitida ao vivo, em rede de tevê aberta”, disse a defensora com experiência internacional e que só ficou de fora do Mundial da França por causa de uma séria contusão.

”Em relação ao desenvolvimento, é um caminho sem volta graças a Deus. Espero também que as coisas possam melhorar, que este ano seja muito melhor do que o ano passado”, acrescenta a experiente jogadora. Ainda sobre 2019, Bruna avaliou positivamente a sua temporada. ”Foi um ano bom para mim porque no meio do ano eu me recuperei da cirurgia e acabei vindo aqui para o Inter. Encontrei uma equipe já em andamento, praticamente formada, engrenada, fui muito bem recebida aqui (em Porto Alegre)”, comenta.

”Como todo mundo sabe, o Inter tinha montado um grupo para disputar a Série A2 do Brasileiro. Aí, com a desistência de uma equipe ( o Rio Preto-SP), acabou herdando a vaga e disputou a Série A1 e ficamos em quinto lugar”, pontua a zagueira. Mesmo com as coloradas entre as cinco melhores no Nacional, a jogadora acredita que o time tinha bola para ir às semifinais. ”Acredito que poderíamos ter ido mais longe. Acho que faltou um pouco de maturidade emocional da nossa equipe. Até porque a gente tem uma equipe muito jovem, então falta para as meninas um pouquinho de experiência, de saber lidar com a situação quando as coisas vão ficando difíceis”, analisa.

Bruna durante a temporada de 2019 no Rio Grande do Sul e demonstra que tomou conhecimento da rivalidade que praticamente divide o futebol do Estado. ”Para este ano, as coisas vão melhorar. A gente já se conhece, temos uma base montada, vão chegar algumas peças importantes. Vai ser um ano de bastante proveito e terminamos o ano com um título, o campeonato estadual em cima do maior rival (o Grêmio). Isso coroou o nosso ano e fez com que a gente viesse ainda mais forte este ano”, completa.

Bruna elogia técnica da seleção e evita pensar em Tóquio 2020

Com a experiência de duas olimpíadas (2012 e 2016) e pelo menos nove anos desde a primeira vez que foi convocada para a seleção nacional, a atleta fala com tranquilidade sobre o trabalho de Pia Sundhage. ”Acho que dispensa qualquer tipo de análise. O currículo dela fala por si só, é uma treinadora extremamente vitoriosa, foi um bom casamento: a qualidade que ela tem junto com a qualidade técnica das atletas aqui do Brasil. Então, tem tudo para dar certo”, crava Bruna.

Aos 34 anos, e a disputa dos Jogos Olímpicos apenas no segundo semestre, fala que evita pensar em Tóquio. ”Não é algo que fico pensando, bom não criar muita expectativa. Até porque quando não acontece do jeito que a gente gostaria, acaba se frustrando”, diz.

”Mas, procuro fazer o meu trabalho aqui no clube e se a Olimpíada acontecer para mim esse ano vai ser um marco maior ainda na minha carreira, com 34 anos e indo para a terceira Olimpíada. Acho que não é para qualquer atleta. Vou trabalhar da melhor maneira possível e se acontecer algo, vou ficar muito grata”, completa. (Luciano Shakihama)