Condenada por assassinar filha é encontrada morta em cela

Condenada a 18 anos de prisão por matar sua própria filha recém-nascida, Irene Gonçalves Freitas, 44 anos, foi encontrada morta na cela onde cumpria pena do Presídio Feminino Irmã Irma Zorzi, no bairro Coronel Antonino, região norte de Campo Grande, na manhã de ontem.

Irene estava no presídio desde agosto, quando foi transferida da delegacia de Bela Vista, cidade onde cometeu o crime, em 2014. A prisão, no entanto, só ocorreu em julho deste ano.

Por meio de sua assessoria, a Agência Estadual de Administração Penitenciária (Agepen) informou que aguardava o laudo médico para atestar a causa da morte de Irene. A Diretoria de Operações da autarquia estadual, de responsabilidade da gestão Reinaldo Azambuja (PSDB) informou que “não ocorreu nada que pudesse levantar suspeitas” sobre o caso.

No boletim de ocorrência feito no 2º DP da Capital, no bairro Monte Castelo, região norte, é informado que Irene estava junto de outras 30 detentas em sua cela no pavilhão dois do local. Uma agente penitenciária ouvida disse que fora oferecida proteção à mulher, que recusou a oferta alegando ser inocente.

Nesta manhã, após a conferência feita pelas agentes penitenciárias, as próprias detentas da cela pediram socorro dizendo que Irene “estava com o corpo todo vermelho”. Uma ambulância foi chamada, mas Irene morreu antes do socorro. O caso é investigado como morte a esclarecer pela Polícia Civil.

O CASO

Irene ganhou notoriedade nas páginas policiais em 4 de janeiro de 2014. Foi nesta data que ela acabou presa após a polícia de Bela Vista descobrir o caso que chocou a cidade.

Segundo a polícia, ela matou a própria filha recém-nascida menos de uma hora após o parto feito por conta própria no banheiro da casa onde morava, ao cortar o cordão umbilical sem nenhum tipo de cuidado específico, causando hemorragia cerebral no bebê.

Sanfrando muito também, Irene ainda encontrou tempo de enrolar o corpo da criança em uma toalha e esconder no baú de sua moto antes de procurar ajuda em um hospital alegando ter sofrido um abordo involuntário. Do pronto-socorro, ligou para o filho de 13 anos e pediu que enterrasse o corpo da recém-nascida no quintal. o que foi feito pelo adolescente com a ajuda de um tio.

Em dezembro daquele ano, todos os três envolvidos foram condenados pelo crime por homicídio. Ela foi condenada a 18 anos em regime fechado, mas após a atuação da defesa, conseguiu cumprir parte da pena em liberdade, se apresentando mensalmente em juízo, até que a pena original foi mantida pela Justiça.

(Texto: Rafael Ribeiro)

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