Para reduzir pena, detentos produzem artefatos em couro

Detentos das unidades penais de Campo Grande, São Gabriel do Oeste e Coxim, garantem remição na pena com trabalho digno e remunerado. Uma parceria entre a Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário (Agepen) e a empresa Karandá visa a ressocialização por meio da produção chapéus, artigos de selaria e artefatos em couro.

Ao todo são 23 reeducandos distribuídos em três presídios. Eles contribuem com a confecção de  uma média de 45,6 mil itens registrada no mês de setembro. Pelos serviços prestados, além de remição de um dia na pena a cada três dias trabalhados, os internos têm direito ao pagamento de 3/4 do salário mínimo mensal, de acordo com o que estabelece a Lei de Execução Penal (LEP).

Na Capital a oficina é desenvolvida desde 2016, no Centro de Triagem Anísio Lima (CT).  Ela foi a primeira instituída por meio de parceria com empresas e representou um marco para o local, já que são confeccionados copos, canecas, guampas e cantis, dentre outros materiais. No mês passado a produção registrada foi de cerca de 4,6 mil itens, com mão de obra de oito detentos.

Para a custodiada Juliane Cardoso de Jesus, de 34 anos, que atua na oficina desde o início, é uma oportunidade que ajuda a ter mais habilidade e capacitação de trabalho. “Esse serviço foi novo para mim que sempre trabalhei de serviços gerais, ajuda a ter referência de emprego para entrar no mercado de trabalho”, agradece.

Segundo a chefe da Divisão do Trabalho da Agepen, Elaine Cecci, atualmente existem 192 empresas e instituições públicas conveniadas com a agência penitenciária para ocupação da mão de obra prisional, número que tem aumentado com a percepção do empresariado quanto às vantagens sociais e financeiras da parceria.

Além disso, aponta Elaine, o labor prisional tem finalidade educativa e produtiva, que vem representando um dos principais fatores que contribuem para a reinserção social, impactando diretamente na não-reincidência criminal. “O trabalho, de uma maneira geral, desempenha um papel muito importante no senso de identidade, autoestima e bem-estar psicológico. Nas unidades prisionais, em particular, é por meio da inserção do custodiado no labor que promovemos a pacificação e o senso de disciplina”, finaliza a chefe de Divisão.

Foto: divulgação

Serviço

Os convênios para oferecimento de trabalho a custodiados da Agepen são coordenados pela Diretoria de Assistência Penitenciária, por meio da Divisão de Trabalho. Contatos para mais informações sobre a contratação de mão de prisional podem ser feitos pelo telefone: (67) 3901-1046 ou pelo e-mail: [email protected].

(Texto: Julisandy Ferreira com assessoria)

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