Em 42 anos, indústria e investimentos marcam MS

Mato Grosso do Sul chega aos 42 anos de história com muito para ser comemorado, já que temos um
setor industrial emergente e cada vez mais pujante. Os investimentos em infraestrutura asseguram
que, em no máximo, cinco anos, o Estado se consolidará como um dos principais hubs de distribuição
de produção de toda a América Latina com o pleno funcionamento da rota bioceânica.
Prova que MS cresce a passos largos é que em 10 anos, o PIB industrial (Produto Interno Bruto)
cresceu 254,3%, segundo levantamento do Radar Industrial da Fiems (Federação das Indústrias de
MS). Tudo isso fez com que o estado passasse de R$ 6,21 bilhões em 2009 para R$ 22 bilhões em
2019.

Dentre os fatores que motivaram esse avanço da indústria, o presidente da Fiems, Sérgio Longen,
acredita nas políticas de incentivos fiscais e afirma que o estado já registra índices equiparados aos
de países asiáticos. “Trabalhamos com o Governo do Estado, quanto a incentivos fiscais, com o Banco
do Brasil, com o FCO e também nas prefeituras, com incentivos regionais. Entendo que os números
estão aí e quando se fala em mudança na geração de empregos e mudança na geração da base da
economia, a indústria veio para ficar e ela está se consolidando ano a ano, quer na geração de
empregos, quer no aumento de empresas, quer no PIB, porque 254% em 10 anos é um número muito
significativo, praticamente um índice de crescimento de países asiáticos. Mato Grosso do Sul é isso
e é nessa linha o nosso trabalho”, afirmou.

Foto: reprodução/Fiems

Já para o secretário de Desenvolvimento Econômico, Jaime Verruck, o Estado ocupar a 5ª posição
como o Estado mais competitivo do Brasil, faz com que novas indústrias sejam motivadas a vir para
o MS. “Mostra que temos características competitivas bastante fortes para atração de indústrias e que
o esforço que foi feito para criar uma rede de qualificação da mão de obra foi substancial, com um
papel determinante da Fiems na capacitação dos instrutores. Mas ainda, buscamos uma indústria
totalmente tecnológica 4.0 para atrair novos segmentos e criar mercados e que, além do incentivo
fiscal, aprimore também a infraestrutura logística, com investimentos nas ferrovias, hidrovias e
melhorias das rodovias”, ressaltou.

Quando se fala em números, o economista Ezequiel Resende, coordenador da Unidade de Economia,
Estudos e Pesquisas da Fiems, aponta os investimentos de mais de R$ 40 bilhões nas instalações e
ampliação de fábricas entre os anos 2007 a 2014. “Com mais de R$ 40 bilhões na instalação e
ampliação de fábricas de celulose e papel, resultaram em um aumento de 45% no número de
estabelecimentos industriais na última década, saindo de 4.226 em 2009 para 6.110 neste ano e na
geração de quase 20 mil novos empregos. Além disso, Enquanto em 2009 o setor industrial foi
responsável por uma receita de US$ 1,49 bilhão, neste ano devemos alcançar o montante de US$ 3,85
bilhões. Mais uma vez esse aumento poderá ser creditado às vendas de celulose para o mercado
asiático”.

O presidente do Sistema Fecomércio, Edison Araújo, defende que mesmo com todo o avanço
registrado, MS ainda precisa crescer na transformação das commodities geradas aqui. “O Estado
precisa ser muito mais industrializado e que possa transformar os produtos que nós produzimos na
agricultura. Muitos produtos primários vão embora para voltar em forma de produto pronto, então
essa é uma das coisas que nós teríamos condições de crescer. Antigamente nós não tínhamos energia
para fomentar as indústrias, mas hoje nós já temos, então já não é mais desculpa para que as indústrias
não se estabeleçam no nosso Estado. Indústria de transformação da matéria-prima que nós
produzimos”, comenta.

Ele também aposta na bioceânica para a transformação sul-mato-grossense. “Nós temos uma
perspectiva de crescimento, então nosso futuro por ser um Estado que hoje nós estamos praticamente
no coração da América, nós temos dois países vizinhos em cinco estados, e em função disso, com
essa rota bioceânica que está saindo eu acho que Mato Grosso do Sul tem muitas condições de crescer,
principalmente nessa área de transporte de grãos, que vai ser exportado via pacífico”.

Comércio varejista também é destaque

Para o presidente da CDL/CG (Câmara de Dirigentes Lojistas de Campo Grande), Adelaido Vila, os
investimentos também precisa atingir o comércio, que é responsável por milhares de empregos. “O
que nós temos reparado em relação a dados, é o varejo. O varejo é quem move a economia local, para
você ter uma ideia em Campo Grande o varejo emprega 300 mil trabalhadores e no Estado ele
emprega um total de 760 mil”.

Profissionalização ainda engatinha, porém precisa começar a caminhar logo devido a demanda,
acrescenta Adelaido. “Eu penso que a meta da CDL Campo Grande e da Federação da CDL, é
justamente a profissionalização do nosso varejo. Nós ainda perdemos muitas vendas no nosso varejo
por conta de falta de profissionalização. Quando falamos de profissionalização, eu não estou falando
só da pessoa que atende na loja, eu estou falando desde o dono, e as vezes ele acaba quebrando por
não ter conhecimento de gestão empresarial. O grande desafio é a profissionalização do nosso varejo”.
Queridinha do momento e cercada de grande expectativa para o futuro, a bioceânica também
impactará diretamente o comércio. “A expectativa é fantástica, principalmente com a abertura da rota
bioceânica, nossa expectativa é que ocupe um local que tanto mereceremos, um local de destaque.
Com a rota bioceânica, essa ligação vai fazer com que Mato Grosso do Sul se torne em um grande
Estado, um Estado onde possamos atender de uma forma diferenciada, para própria estratégia de
distribuição de mercadoria. Com a profissionalização e com a rota bioceânica, nossa expectativa para
Mato Grosso do Sul nos próximos dez anos é de um estado muito mais produtivo e mais rico”,
finaliza.

(Texto: Bruna Marques e Michelly Perez)

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