Após emancipação, MS conta com 24 municípios ‘raízes’

Na história de Mato Grosso do Sul, temos 24 cidades que são consideradas genuinamente sul-mato-grossenses. A criação do Estado incentivada pela crença de que era preciso “separar para crescer”, surgiu muito antes da mudança, porém, a emancipação foi concretizada no dia 11 de outubro de 1977, quando o presidente da república, Ernesto Geisel, assinou a lei que oficializou a criação do estado, decretando Campo Grande, como Capital. A criação de MS estimulou de imediato a emancipação de 9 municípios: Bodoquena, Costa Rica, Douradina, Itaquiraí, São Gabriel do Oeste, Selvíria, Sete Quedas, Tacuru, e Taquarussu. Levando a influenciar a implantação de novas rodovias, saneamento básico e desenvolvimento para cada região. O último município criado foi Paraíso das Águas, sendo emancipado de Água Clara oficialmente há 6 anos.

Segundo o geografo do IHGMS (Instituto Histórico e Geográfico de Mato Grosso do Sul), Arnaldo Rodrigues Menecozi, após a implantação houve a maior emancipação de cidades dos últimos anos, mas quando isso ocorre, gera atrito ao município que será ‘desmembrado’. “Isso gera duas linhas diferentes, existem aqueles que irão dizer que é bom, porque quanto maior o município é mais difícil de administrar; e na outra linha tem aqueles que irão dizer que não, que a criação gera novos gastos, para uma nova unidade que ainda não tem renda, que ainda não tem dinheiro em caixa, ai depende, mas na perspectiva política é melhor”, aponta.

Novos municípios iniciam a vida parlamentar sem rendimentos, já que enquanto distrito, a renda era revertida para a cidade matriz. Apesar do Estado, ter como herança municípios com longas extensões, o tamanho nada influência na geração de renda. “Campo Grande, no início do século XX, vinha das proximidades de Camapuã, e ia até o barranco do Rio Paraná. O que determina se o município será desenvolvido muitas vezes é a localização, Três Lagoas não é um município tão grande, se comparado com outros no Estado, mas pela proximidade com São Paulo ele cresceu em relação a indústrias”, revela o geógrafo.

População quadruplicou em Costa Rica

Costa Rica está entre as cidades criadas após a emancipação do Estado, em 1980. Desde que deixou de ser distrito de Camapuã, o município vem se destacando no agronegócio. Segundo o prefeito, Waldeli dos Santos Rosa, em 39 anos, a população quadruplicou, subindo de 5 mil, para a média de 26 mil, que possuiu como renda principal, diferentes campos da agropecuária. “Nos anos 80’s Costa Rica se tornou uma grande cidade produtora de grãos, e sua economia veio se desenvolvendo. Por volta de 2007, a cidade deu início ao plantio de cana-de-açúcar, com isso a cidade inovou, pois não realizou o plantio em terras agricultáveis, e sim em terras de pastagens”, declara. O período se coincidiu com a implantação de indústrias na região. “Nesse momento o município se desenvolveu, porque o número de áreas de lavouras, entre cana, milho, soja, foi muito grande. Juntamente com sua localização, e gestão política, ela cresce cerca de 5% ao ano, índice que é acima da média nacional”, assegura.

O município vem se consolidando e a folha de pagamento daqueles que trabalham na prefeitura corresponde a 4,5% da população. “Entre autarquias e fundação, a cidade tem 1.3 mil funcionários públicos. O município tem um comércio forte, mas ainda o agronegócio é a grande sustentação dos recursos do município, sendo a soja a principal, depois o algodão, a cana, e o milho, que juntos, representam 40% do município, sendo em média 188 mil hectares do município usadas no agronegócio”, revela.

Jovem com potencial

Paraíso das Águas é a cidade mais nova de Mato Grosso do Sul, e apesar de ter seis anos de emancipação, o município foi criado no dia 30 de setembro, em meados de 2003. O pedido, deixou os governantes de Água Clara insatisfeitos, já que Paraíso, como é chamada por seus conterrâneos, levaria em seu território o distrito de Bela Alvorada, região conhecida pela produção de borracha. Para o Vereador do município, Anízio Andrade, as primeiras eleições foram realizadas em 2012, tomando posse do administrativo em 2013. As principais mudanças no município são a distribuição de renda, após a emancipação a infraestrutura implantada no município foi elevada. “A mudança foi muito grande, na área da saúde antes nós tínhamos uma fiorino, e hoje nós temos em torno de nove ambulâncias, sendo uma ambulância semi UTI, e outra UTI com Neo Natal; Temos duas vans e um micro-ônibus, tudo para levar os pacientes, para Campo Grande ou Costa Rica. Além da construção de três escolas”, aponta.

Apesar de novo, a cidade traz como herança a produção agrícola. “O agronegócio é a principal fonte de renda na região, seja com o plantio de soja, ou semente de pastagem”, disse. Paraíso das Águas, vem ganhando espaço como produtora, já que pontos com a produção de matéria-prima. “Outro ponto é a produção de borracha com seringueiras, tendo também a usina de álcool, e a produção de açúcar, tendo também a pecuária que também é forte”, revela. A produção de borracha, existe na região há 30 anos e implantado no distrito de de Bela Alvorada. “Aqui ocorre a retirada a borracha, que é vendida, e encaminhada para São Paulo, onde é processada. Já a usina de álcool, é abastecida com os canaviais plantados no município, são moídos e processados. Que tem destino o interior de São Paulo, para depois ser enviado para as distribuidoras”, assegura.

Turismo coloca município mapa

Buscando novas formas de divulgar a cidade, a prefeitura de Costa Rica buscou trazer novos atrativos, e viu em esportes radicais a oportunidade de para divulgar o município, e se tornou, hoje, a capital sul-mato-grossense no turismo de aventura. “O esporte de aventura vem crescendo no Brasil, e pelas estatísticas é o que mais cresce no mundo, seja corrida, bike, ou no automobilismo. Com isso nós encontramos um foco para o turismo da nossa cidade, buscamos entrar em contato com federações que desenvolviam o esporte a nível de mundo”, revela o prefeito Waldeli.

A cidade recebeu este ano o Campeonato Mundial de Mountain Bike, e uma etapa do Rally dos Sertões. “O diferencial de Costa Rica, é que nós fomos atrás desses eventos, nós fomos atrás da copa América de corrida de aventura, depois nós fomos atrás do primeiro mundial, que era o Brasil Rally, sendo uma prova de 24 horas pedalando. O mais recente foi a etapa do Rally dos Sertões, e nós buscamos continuar com essas parcerias, e nós buscamos manter isso para que nós possamos entregar o município como linha de esporte de aventura, no Brasil e no Mundo”, frisa Waldeli. (Amanda Amorim)

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