Aliados do Governo vivem crises e Brasil pode ficar isolado

O presidente Jair Bolsonaro deixou claro, desde o início, que privilegiaria relações pessoais com líderes estrangeiros que tenham a mesma linha de pensamento que o governo brasileiro. Seja por adotarem os mesmos valores ultraconservadores ou por conta de políticas ultraliberais.

Mas, nas últimas semanas, alguns dos principais aliados do Planalto sofreram duras derrotas ou foram colocados em situações complicadas em seus respectivos países.

Nos EUA, a situação de Donald Trump vive momentos de tensão. A Câmara dos Deputados anunciou a abertura de um processo de impeachment por conta do comportamento do aliado de Bolsonaro em suas relações com a Ucrânia.

Na América do Sul, outro aliado pode estar com os dias contados. Maurício Macri, presidente da Argentina, concorre à reeleição. Mas diferentes pesquisas de opinião colocam Alberto Fernández e sua vice, Cristina Fernández, com mais de 20 pontos de diferença em relação a Macri.

Bolsonaro tem declarado abertamente que a derrota de seu aliado na votação dia 27 de outubro seria prejudicial para o projeto que o governo tem para a região.

Na Itália, o líder populista Matteo Salvini, também próximo do clã Bolsonaro, acabou perdendo seu cargo no governo. Apostando em sua popularidade, o ex-ministro do Interior rompeu com o governo e pensou que, com isso, obrigaria o país a passar por novas eleições. No entanto, os demais partidos acabaram se unindo e, apesar de terem visões opostas, chegaram a um acordo para formar um governo sem a presença de Matteo.

Em Israel, o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu foi obrigado a realizar uma segunda eleição em apenas cinco meses. E, mesmo assim, não conseguiu formar uma maioria. Seu partido, o Likud, chegou na segunda posição, com 32 assentos no Parlamento. Seu principal adversário, Benny Gantz, terminou com 33 assentos.

A queda de alguns dos aliados e a possibilidade de que outros também sofram derrotas não deixou de preocupar Brasília.

Guilherme Casarões, cientista político e professor da FGV EAESP, aponta para o risco de um isolamento do governo Bolsonarista. Não apenas por conta de o Brasil de Bolsonaro ter estabelecido relações pessoais como estratégia de política externa, mas também por conta do envolvimento do presidente brasileiro em eleições no exterior.

“Bolsonaro fez campanha por Netanyahu, por Macri, por Trump”, disse. “Isso o leva a antagonizar com eventuais nos líderes que possam ser eleitos e isso é um risco”, afirmou. (Uol)

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