Geadas atingem plantações de trigo e prejudicam safra

As geadas que atingiram Mato Grosso do Sul nas últimas semanas e destruíram parte da plantação de cana-de-açúcar também deixaram estragos nas lavouras de trigo e impulsionaram a queda da produção de grãos do Estado em 0,43%, segundo o 11° Boletim de levantamento da safra de grãos 2018/19 da Conab (Companhia Nacional de Abastecimento).

Em julho, a previsão era de que a produção total alcançaria 18,907 milhões de toneladas, porém em agosto o número foi revisado para 18.825.800 (-0,43%). A safra do trigo, que tinha expectativa de render 58,4 mil toneladas no mês passado, agora enfrenta uma queda de 32% na produtividade estimada saindo de 2.500 quilos por hectare para 1.700 quilos, o que leva a produção total a 42,5 mil toneladas.

O milho segunda safra também teve redução na produção, segundo a Conab. Mesmo com a safra recorde, em julho a expectativa era de que a produção atingisse 9,960 milhões de toneladas, porém neste mês o número passou para 9,910 milhões com leve queda na produtividade. Dados nacionais apontam que o Brasil caminha para uma safra recorde de grãos com colheita de 241,3 milhões de toneladas, cerca de 6% a mais que no ciclo anterior.

Em dez anos crescimento deve ser de 26,8%, segundo ministério e Embrapa

A safra de grãos para 2028/29 terá um aumento de 26,8% em relação aos números atuais e será de aproximadamente 300,1 milhões de toneladas, segundo projeção do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento e da Embrapa.

Já a área de grãos para os próximos dez anos deve aumentar 15,3%, passando de 62,8 milhões de hectares para 72,4 milhões. O relatório, que foi baseado em 15 produtos derivados de grãos pesquisados mensalmente pela Conab, mostra redução das áreas plantadas de arroz e feijão, ao passo que a soja seguirá na liderança da produção nacional.

Cultura comum em quase todo o país, o arroz terá decréscimo de 8,6% de área plantada, enquanto sua produção aumentará 0,3%. O relatório aponta a diminuição no consumo do grão, que passou de 12 milhões de toneladas no triênio de 2013 a 2015 para 11,5 milhões de toneladas no triênio de 2017 a 2019.

De acordo com o estudo, o encolhimento do consumo de arroz tem se refletido na produção interna.

Pautado principalmente para o consumo interno, o feijão manterá sua estabilidade e terá crescimento de 2,6% na produção.

Segundo técnicos da Embrapa, “o setor acredita que pode haver aumento de produção nos próximos anos, principalmente, por inserção internacional de alguns tipos de grãos”. Tomando a dianteira dos grãos, a soja é a que terá maior crescimento da produção, com 32,9% até a safra 2028/29. A produção atual é encabeçada pelo estados de Mato Grosso, com 28,1%, seguido por Paraná, com 14,2%; Rio Grande do Sul, com 16,8%; Goiás, 9,9%; e Mato Grosso do Sul, 7,4%. Em relação à área plantada, o crescimento da soja será de 26,6%.

O relatório mostra a expansão da cultura para o norte do país, como Maranhão, Tocantins, Pará, Rondônia, Piauí e Bahia, alavancado pela expansão de produção, criação de bovinos, abates de animais e preços de terras. (Marcus Moura com Folhapress)

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