Tucanos querem lançar candidatura própria a prefeito de CG

O diretorio municipal do PSDB de Campo Grande quer retomar a discussão sobre o lançamento de um candidato próprio a prefeito da Capital, contrariando a orientação até agora existente de se construir uma aliança com o PSD para apoiar a reeleição do prefeito Marquinhos Trad (PSD). Os dirigentes que participaram do encontro decidiram inclusive promover o lançamento de pelo menos três pré-candidatos para que o partido possa analisar a melhor alternativa. Os nomes lembrados no encontro foram os dos deputados federais Rose Modesto (PSDB-MS) e Beto Pereira (PSDB-MS) e do secretário especial, Carlos Alberto de Assis, responsável no âmbito do governo pelas articulações na Capital.

Os tucanos não querem caracterizar o movimento como rebeldia a uma eventual orientação do comando estadual e reconhecem a proposta de aliança em Campo Grande como um compromisso e um desejo pessoal do governador Reinaldo Azambuja (PSDB). O que pretendem é ponderar junto ao governador e seus articuladores sobre a importância de o partido ter candidato próprio no principal colégio eleitoral. A maioria dos presentes ouvidos pela reportagem não quis comentar oficialmente o assunto, para “não provocar polêmica num assunto que vamos conduzir com calma”, evitando também eventuais reações da cúpula estadual.

“Não queremos criar nenhum tipo de problema. Mas o partido que tem o governador e o presidente da Assembleia, tem o presidente da Câmara e as maiores bancadas, o maior número de prefeitos e vereadores, não pode abrir mão dessa disputa”, revelou ontem Almir Cantero, um dos presentes ao encontro. Ele é delegado do partido à convenção estadual e insistiu na posição geral da reunião de não caracterizar a decisão como rebeldia.

Cantero revelou que, entre os presentes, houve quem lembrasse que se tratava de uma eleição em dois turnos, quando alianças poderiam ser construídas no segundo, deixando o primeiro para o lançamento de candidatos próprios, “que, considerando as alternativas do partido, vão ajudar inclusive a eleger um número maior de vereadores”.

O grupo decidiu marcar para a semana que vem um outro encontro, quando deve envolver os vereadores e outras lideranças em torno desse debate, com o cuidado de não caracterizar dissidência. “Estamos todos pensando no melhor para o partido e que é também o melhor para a cidade.”

O presidente estadual do partido, Sérgio de Paula, em entrevista ao jornal O Estado recentemente, lembrou que a aliança é de fato um desejo e um compromisso do governador Reinaldo Azambuja, mas que depende também da manifestação de interesse do próprio prefeito. Segundo De Paula, Marquinhos, quando chegar o momento, deve se movimentar na direção dos tucanos, buscar o apoio da deputada Rose Modesto, com quem disputou a prefeitura, e ampliar o quanto puder no âmbito do PSDB os entendimentos. O presidente, favorável ao acordo, defende a coligação publicamente, inclusive na convenção regional do partido, mas insiste em dizer que o entendimento será firmado em mão dupla, com esforços de todos e em todos os sentidos.

Liderança

A definição da liderança do PSDB na Assembleia Legislativa não deve trazer surpresas e terminar com a recondução do deputado Professor Rinaldo. Ele, que votou contra o projeto do governo que reduziu o salário dos professores contratados, vinha sendo criticado pelos articuladores do governo que chegaram a cogitar até uma advertência formal a ele e aos outros dois deputados que também votaram contra: Onevan de Matos e Marçal Filho. Como eles são maioria e foram colocados em “saia justa” pelo partido, também não concordaram com a tese de mudar o líder. Deve permanecer Rinaldo e nem deverá haver reunião para deliberar, pois a troca de lideraça só se dá efetivamente no início de cada ano.

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